quarta-feira, 16 de março de 2011

“Vou continuar trabalhando com independência e ética”, afirma Sanderson


Advogado classificou como “arbitrária e amadora” investigação do caso Pinté e diz que seus clientes são inocentes 
flashsandersonO advogado Sanderson Moura afirmou nesta terça-feira, 15, que os verdadeiros assassinos do ex-presidente da Câmara de Vereadores de Acrelândia, Fernando da Costa, o Pinté, serão conhecidos durante a fase de instrução criminal, que acontecerá na próxima semana.
 Durante entrevista ao jornalista Alan Rick, no programa Gazeta Entrevista, ele classificou como “arbitrária e amadora” a investigação feita pela Polícia Civil e que culminou com a prisão de quatro pessoas, entre elas, o ex-prefeito Carlinhos Araújo.
 “Colocaram um delegado em estágio probatório para apurar um crime de altíssima complexidade, num município onde existe muitas rivalidades política e que chegou à conclusão sem nenhuma prova técnica da participação dessas pessoas que estão presas”, afirmou.
 Sanderson Moura disse que o delegado Carlos Bayma informou à direção da Polícia Civil que estava fazendo uma investigação para apurar a morte de Pinté. “Prova disso é que todo procedimento foi realizado dentro da própria delegacia. Ele não escondeu nada”, ressaltou.
 O problema, segundo Sanderson Moura, é que o resultado da investigação feita por Carlos Bayma foi diferente do apontado pela anterior. “O Bayma diante de muitas testemunhas que queriam esclarecer o caso e como o delegado anterior não teve disposição para fazer isso, ele ouviu essas pessoas, iniciando uma nova investigação. O resultado foi entregue ao diretor da Polícia Civil”, explicou.
 Mesmo sem saber o conteúdo completo da investigação, Sanderson Moura revelou que vai pedir juntada aos autos dos depoimentos e outros documentos colhidos pelo delegado Bayma.
 Para Sanderson Moura, essa investigação esclarece o crime e aponta para os verdadeiros criminosos. “Não quero ser irresponsável como esses delegados, vou examinar o que foi apurado e pedir juntada aos autos. Mas afirmo com toda certeza que meus clientes são inocentes”, frisou.
 OAB e apoio dos advogados
Lamentando a postura da presidência da OAB/Seccional Acre, que não se manifestou diante dos fatos, Sanderson Moura, disse que mesmo não sendo aliado de Florindo Poersch, esperava o apoio da entidade.
“Numa situação tão grave como essa, não é preciso o advogado oficializar a OAB. Numa ameaça de prisão de um advogado, a Ordem deve ser a primeira a se manifestar. Não é porque não sou do lado do Florindo que ele tem que deixar de se manifestar. Se é por falta de comunicação estou comunicando agora e espero que ele acompanhe de perto tudo que está acontecendo. Isso não é defesa de Sanderson, mas do exercício da advocacia”, desabafou.
 Sanderson Moura revelou que um grupo de advogados está se organizando para realizar um ato de apoio a ele na próxima quinta-feira, 17. “Estamos defendendo o exercício da nossa profissão. Não podemos ter medo desse tipo de ameaça”, disse.
O risco dos novos delegados
Lembrando que o pedido de sua prisão foi negado porque o juiz entendeu que não existem indícios de sua participação na investigação feita pelo delegado Carlos Bayma, o advogado Sanderson Moura, criticou o comportamento de alguns delegados.
 “Alguns delegados novos estão colocando em risco a sociedade acreana. Um algema advogado, outro inventa prova, outro está envolvido em determinado tipo de ilícito que está sendo apurado pela Corregedoria. Na ânsia de aparecer e sem a competência devida para ser autoridade, estão praticando arbitrariedade com as pessoas”, afirmou.
 Ética e responsabilidade
“As falsas autoridades ficam incomodadas com a atuação livre e ética de um advogado. Eu como advogado criminalista o dia que me acovardar no exercício da minha profissão, abandono a advocacia. Tenho consciência da minha ética nesse caso. Vou continuar atuando com independência”, concluiu.

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