Além dos problemas enfrentados na Bolívia, brasileiros têm que esperar por até três horas no Posto Fiscal da Receita Federal para declarar a mercadoria comprada no comércio de Cobija.
Muitos brasileiros que foram à cidade de Cobija (Bolívia) fazer compras neste final de semana tiveram que enfrentar, além da humilhação, muitas dificuldades para poder comprar e legalizar a mercadoria.
Do lado boliviano, os policiais que guarnecem o Departamento de Pando, armados de fuzis, prenderam dezenas de veículos brasileiros alegando que os mesmos estacionaram em locais proibidos.
Só que na maioria das ruas onde os carros estavam estacionados não havia nenhuma placa com sinal de trânsito, indicando a utilização da vias públicas. Mesmo assim, a polícia travou os veículos com um equipamento quer fica preso à roda e que impede os mesmos de saírem do lugar.
“Eu sempre estacionei neste local, nunca tive problemas. Agora, eles mudam tudo e não falam nada. Não colocaram uma placa de sinalização e travam nossos carros como se os brasileiros fossem bandidos”, disse indignado o funcionário público José Reis, 57, que foi a Cobija comprar presentes para a família.
Só que na maioria das ruas onde os carros estavam estacionados não havia nenhuma placa com sinal de trânsito, indicando a utilização da vias públicas. Mesmo assim, a polícia travou os veículos com um equipamento quer fica preso à roda e que impede os mesmos de saírem do lugar.
“Eu sempre estacionei neste local, nunca tive problemas. Agora, eles mudam tudo e não falam nada. Não colocaram uma placa de sinalização e travam nossos carros como se os brasileiros fossem bandidos”, disse indignado o funcionário público José Reis, 57, que foi a Cobija comprar presentes para a família.
Depois de tantas complicações na Bolívia, onde muitas pessoas tiveram que pagar até cerca de R$ 200,00 para conseguir a liberação de seus veículos, e outras não conseguirem nem estacionar para fazer suas comprar, os brasileiros enfrentaram uma fila quilométrica no Posto Fiscal da Receita Federal, onde havia apenas três funcionários para autorizar o cadastro da Declaração de Bagagem.
O chefe do posto, Fábio Severo, explicou que nessa época do ano aumenta o número de pessoas que fazem compras na Bolívia. “O movimento só é grande nos finais de semana e final de ano”, disse Fábio, adiantando que as postas da instituição iria se fechar às 17h, e a partir daí somente quem estivesse dentro do prédio seria atendido.
Reclamações
As centenas de pessoas que passaram pelo posto da Receita Federal instalado na fronteira entre o Brasil e a Bolívia no último sábado viveram momentos difíceis. Muitos enfrentaram a sede e o cansaço e tiveram que esperar até por duas horas para declarar os objetos adquiridos na Bolívia.
A estudante Etiene Cristiane Duarte, 22, disse que estava esperando há quase duas horas. Enquanto ela descansava sentada no chão, do lado de fora do posto, sua mãe tomava seu lugar na grande fila que se estendia por cerca de trezentos metros.
Mesmo prevendo o que poderia passar naquele dia, a funcionária pública Ednéia da Penha, 44, se arriscou, juntou com uma turma de amigos e foi à Bolívia fazer compras. “Já sabemos como é o tratamento na Bolívia. Isso não é novidade. O que nos revolta é a falta de respeito aqui no nosso País, onde temos que enfrentar três horas na fila para carimbar um documento”, protesta.
Na mesma situação ficou o professor Adauto Chaves da Rocha, 53 que passou muitas horas na fila para poder legalizar as compras que fez na cidade de Cobija. “Minha preocupação é saber se mesmo ficando aqui por todo esse tempo vou conseguir chegar dentro do prédio antes das cinco”, disse ansioso. ’
A estudante Etiene Cristiane Duarte, 22, disse que estava esperando há quase duas horas. Enquanto ela descansava sentada no chão, do lado de fora do posto, sua mãe tomava seu lugar na grande fila que se estendia por cerca de trezentos metros.
Mesmo prevendo o que poderia passar naquele dia, a funcionária pública Ednéia da Penha, 44, se arriscou, juntou com uma turma de amigos e foi à Bolívia fazer compras. “Já sabemos como é o tratamento na Bolívia. Isso não é novidade. O que nos revolta é a falta de respeito aqui no nosso País, onde temos que enfrentar três horas na fila para carimbar um documento”, protesta.
Na mesma situação ficou o professor Adauto Chaves da Rocha, 53 que passou muitas horas na fila para poder legalizar as compras que fez na cidade de Cobija. “Minha preocupação é saber se mesmo ficando aqui por todo esse tempo vou conseguir chegar dentro do prédio antes das cinco”, disse ansioso. ’
Dança das cadeiras
Depois de todo sacrifício para chegar a uma sala onde foram instaladas cerca de 30 cadeiras, os brasileiros têm que ir trocando de lugar até chegarem na primeira fila. Um rapaz bem treinado para dar ordens, vai autorizando: ‘entra agora três pessoas’. Do outro lado do vidro, olhares ansiosos esperam a sua vez.
Sede e cansaço
Além de ter que esperar horas em pé, enfrentando sol e chuva em uma fila quilométrica, as pessoas também enfrentam a sede. No posto da Receita Federal não existe uma gota de água potável para servir a quem passa pelo local.
A proprietária de um pequeno comércio que pediu sigilo à identidade, disse que vende bastante água nos finais de semana para as pessoas que passam pelo posto fiscal. “Toda semana compro bastante água porque sei que vendo tudo. Nessa época as vendas aumentam ainda mais”, conta.
A proprietária de um pequeno comércio que pediu sigilo à identidade, disse que vende bastante água nos finais de semana para as pessoas que passam pelo posto fiscal. “Toda semana compro bastante água porque sei que vendo tudo. Nessa época as vendas aumentam ainda mais”, conta.
Formulário correto
Enquanto as pessoas estão na fila, uma mulher jovem faz as devidas recomendações. “Preencham tudo direitinho, senão vão ter que voltar para o fim da fila”.
Bolivianos só multam brasileiros
A reportagem da Agência ContilNet, que acompanhou a agonia das pessoas que tiveram seus veículos apreendidos neste final de semana na Bolívia, sob a alegação de estacionarem em locais proibidos, decidiu fazer um teste com os policiais que rastejavam como cães, o rastro dos veículos brasileiros.
O repórter foi a uma loja e comprou um objeto de tamanho médio, depois chamou um taxista – boliviano - que estava mal estacionado em uma das ruas mais movimentadas da cidade. A ele foi perguntado se poderia deixar o veículo no lugar onde estava para pegar a mercadoria. A resposta positiva foi imediata, mesmo estando próximo a um policial.
O taxista, então foi até a loja, pegou o pacote e pacientemente colocou dentro do seu carro. O repórter pediu que ele parasse em outra loja, onde pegaria mais um objeto. Ele parou em local proibido, sob o olhar de outro policial, atravessou a rua, pegou o pacote e saiu sem ser importunado.
Outro fato que chamou atenção foi o condutor de uma Van, que parou em cima de uma faixa, em uma das esquinas mais movimentadas da cidade para pegar passageiros. A polícia, como sempre, estava lá, mas não usou nem aquele apito irritante para impedir que a Van ficasse por quase cinco minutos atrapalhando a passagem de pedestres e de outros veículos.
O repórter foi a uma loja e comprou um objeto de tamanho médio, depois chamou um taxista – boliviano - que estava mal estacionado em uma das ruas mais movimentadas da cidade. A ele foi perguntado se poderia deixar o veículo no lugar onde estava para pegar a mercadoria. A resposta positiva foi imediata, mesmo estando próximo a um policial.
O taxista, então foi até a loja, pegou o pacote e pacientemente colocou dentro do seu carro. O repórter pediu que ele parasse em outra loja, onde pegaria mais um objeto. Ele parou em local proibido, sob o olhar de outro policial, atravessou a rua, pegou o pacote e saiu sem ser importunado.
Outro fato que chamou atenção foi o condutor de uma Van, que parou em cima de uma faixa, em uma das esquinas mais movimentadas da cidade para pegar passageiros. A polícia, como sempre, estava lá, mas não usou nem aquele apito irritante para impedir que a Van ficasse por quase cinco minutos atrapalhando a passagem de pedestres e de outros veículos.
Tenho medo de brasileiros, diz criança boliviana
A Agência ContilNet perguntou a uma criança boliviana de aproximadamente três anos de idade se ela gostava dos brasileiros. “Brasil es un ladrón, tengo miedo de ellos, no pagan,” disse o menino com uma cara nada amigável.